Exposição Bíblica Contra o Judaísmo Fundamentada na Teologia Federal
por: Samuel de Magalhães
  “Vocês já morreram e a vossa vida está escondida em Cristo em Deus”. São Paulo, aos Colossenses

1. Teologia Do Pacto Como Fundamento Para A Compreensão Correta Da Obra De Cristo


Sabemos claramente que o ser humano foi criado para a glória de Deus é com o propósito de ter Prazer e alegria unicamente Nele[1]· Percebo que atualmente existe uma confusão acerca de que estado o homem foi criado, alguns pensam que o homem foi criado em um estado absoluto e total de perfeição, porém temos que lembrar que a perfeição é um atributo unicamente de Deus, o homem não foi criado perfeito, ele foi criado bom e sem o pecado, porém contundo sujeito a cair.

1.1 Introdução A Teologia Do Pacto


Alguns chamam a doutrina do pacto com “teologia Federal”, “Pactus salutis”. Fundamenta-se no fato de Deus ter feito um pacto federalmente com Adão que se tornou o representante de toda raça humana. Segundo Calvino, Berkhof Grudem, Tokashik um pacto deve ser composto por:
a)Duas partes. No sentindo bíblico o pacto foi feito entre Deus e a humanidade futura tendo como representante Adão.
b) Relação Pactual. No pacto existe uma relação de acordo, acerca das prerrogativas do pacto, onde as duas partes se nivelam e se tornam iguais, tendo um comum acordo entre si, porém cabe ressaltar que a parte mais forte dita o pacto “faz o contrato” (no caso Deus).
c) Benefício. Caso o pacto seja cumprido cabe uma recompensa. (vida eterna)
d) Consequência. Caso o pacto seja quebrado, existe uma punição pela transgressão. (Gn2.16-17)

1.2 Adão Quebrou O Pacto


 Adão quebrou o pacto e nisso federalmente todos pecaram junto com Adão (Salmos 51.5; Romanos 3.23; Salmo 14) e nisso nasce o conceito de culpa “imputada” e transmissibilidade do pecado é como conseqüência desse ato a morte que a conseqüência o salário do pecado.
 

 1.3 A Problemática Cristã: Como Deus Pode Justificar O Pecador?


Deus como juiz e a parte inocente do pacto é obrigado a punir o ato de delinqüência ele disse: “certamente morrereis” se ele não punir o pecado ele deixa de ser justo é alem disso tornou se mentiroso.
Como Deus poderia perdoar o pecador e ao mesmo permanecer justo e satisfazer as implicações e conseqüências da quebra do pacto de Adão?

1.4 Solução Para A Problemática


Economia da Trindade. Deus elaborou a solução para esta equação, a segunda pessoa da trindade, assumiria o pacto que Adão não deu conta de executar, porém temos que dizer que houve um pacto entre a própria trindade onde o Pai planejou, o filho executou e a terceira pessoa trindade aplica a obra da graça em nossos corações.
Quando falamos nesse segundo pacto, temos que ter em mente que não são dois acordos distintos, mais sim que este segundo e a continuação do primeiro. Cristo veio cumprir aquilo que Adão primeiro não deu conta de cumprir (Gl 4.4-5; Rm 5.18-21).

1.5 Características Peculiares Desse Segundo Pacto


A) Duas partes: Deus e o Segundo Adão (Cristo)
b) Relação pactual: Cristo assumiu a culpa federalmente de Adão, nos substituindo, pagando todos os nossos pecados, morrendo a nossa morte, suportando toda a ira de Deus que merecíamos e cumprindo tudo que Adão primeiro deveria cumprir.
c) Deus permitiu aceitar esta substituição (redenção).

1.6 Como Era Administrado Este Pacto Antes Da Vinda De Cristo É Como É Administrado Agora:

Antigo Testamento Novo testamento
Eles foram salvos pela fé no Cristo que viria em esperança Somos salvos pela fé no Cristo que veio
Cristo no antigo testamento estava de costa, escondido
Nos símbolos da lei, nas profecias, na fé que Deus mandaria o cordeiro prometido
Cristo agora foi manifestado de frente, ele já foi revelado Ele apareceu plenamente
Foi administrado pela lei, onde ela servia de pedagogo para nos ensinar o tanto que somos pecadores e carecemos de um salvador É administrado pelo evangelho, revelando-nos o salvador esperado na lei, o nosso mediador.
Na Lei a prova de que alguém tinha fé em Deus e pertencia a família do pacto era a circusição, sendo administrado em crianças sendo as mulheres não participava. Na nova aliança a circusição é substituída pelo batismo, Onde inclusive as mulheres agora podem receber este Sacramento. E as crianças?
A páscoa é o símbolo de libertação e redenção A santa ceia substituir este símbolo, pois agora Cristo em Seu corpo e seu sangue nos libertou e nos redimiu Através da obra da cruz

Os Judeus ainda estão presos as sombras da antiga aliança, eles ainda estão esperando um salvador, porém ele já veio e somente através dele podemos receber o perdão de nossos pecados.Os judaizantes,os adventistas, ainda vivem nas sombras é ainda deseja ser aceito pela obras e não por Cristo.Rejeitar o evangelho e rejeitar a Cristo,rejeitar a Cristo e perder qualquer chance  e oportunidade de ser salvo (João3.16-17).

2.0 Controvérsias Da Teologia Do Pacto


1. Tudo indica que neste pacto Cristo, não foi dado em pró de cada individuo da humanidade, mais de uma parte da humanidade, os velhos teólogos chamaram isso de expiação limitada.  Como explicar João 10.26-29? Atos1.48; Mateus22.14; João 6.37,39; 10.15-16; 16.14-15?

2. A teologia que recebemos dos batista do Sul,supervalorizou o novo testamento como  se o antigo testamento não fosse tão importante como o novo e fosse duas coisas completamente diferente.Quem nunca ouviu : ah isso ai é coisa do Antigo testamento? Quantas vezes você ouviu alguém pregando Cristo a partir do Antigo testamento? A teologia do pacto valoriza toda palavra de Deus pois nela não perde-se a noção de continuidade da Escrituras.

3. A teologia batista diz que é errado batizar crianças,alegando se que elas não têm fé para receber esta graça.Porém na antiga aliança , a circusição era administrada em crianças,e sabemos que a circusição foi substituída pelo batismo.Se Deus ordenou que as crianças recebesse a graça,porque não podemos batizar os nossos filhos como símbolos que eles pertence a família da Aliança?

Bibliografia
1.Teologia Sistemática,Wayne Grudem.                                                                   4.Ewerton Tokashiki,Palestra sobre a teologia do pacto,2012.
2.Teologia sistemática,Louis Berkhof.                                                                      5.Catecismo Maior de westminster,1640.
3.Instituição da Religião cristã.João Calvino.                                                          6. Livro de concórdia,confissões luteranas.

O Pacto da Graça, por Johannes Wollebius
         
1. O resultado e benefício do chamado são a externa comunhão [communio] do pacto da graça e da igreja.
         
2. A externa comunhão do pacto da graça é de que aqueles que são chamados são considerados um povo do pacto e de Deus.
          
3. Isto é declarado por analogia; pois de fato, alguns são realmente povo de Deus, enquanto outros somente manifestam uma confissão externa.
         
4. Tanto a doação [oblatio] como o selar [obsignatio] do pacto da graça devem ser considerados.
         
5. A doação do pacto da graça é o ato pelo qual Deus promete a si mesmo, como o Pai em Cristo ao eleito, se eles viverem numa filial obediência.
         
         
          PROPOSIÇÕES
         
1. Isto não deve ser entendido como um pacto universal que Deus fez com todas as criaturas, como o pacto das obras com os nossos primeiros pais, mas como o pacto que Deus fez conosco, a partir da pura misericórdia, após a queda.
         
2. Ela também é chamada de um testamento, porque Deus teria, por meio dela, como resultado da mediação de seu filho Jesus Cristo, designando uma herança celestial para os seus filhos. “Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: na sua mente imprimirei as minhas leis, também sobre o seu coração as inscreverei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Hb 8:10, ARA). “Por isso mesmo, ele é o Mediador da nova aliança, a fim de que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia sob a primeira aliança recebam a promessa da eterna herança aqueles que têm sido chamados. Porque, onde há testamento, é necessário que intervenha a morte do testador” (Hb 9:15-16, ARA).
         
3. A causa eficiente [do pacto da graça] é toda a Santa Trindade, em particular [singulariter] Cristo o Deus-homem, o anjo do pacto. “Eis que eu envio o meu mensageiro [João Batista], que preparará o caminho diante de mim; de repente, virá ao seu templo o Senhor, a quem vós bUscais, o Anjo da Aliança, a quem vós desejais; eis que ele vem, diz o SENHOR dos Exércitos” (Ml 3:1).
         
4. O conteúdo [materia] do pacto da graça é a concordância entre as duas partes, Deus e o homem. Deus promete ser o nosso Deus em Cristo o Senhor; o homem, em contrapartida, promete obediência de fé e vida.
         
5. A forma do pacto consiste numa mútua obrigação, mas a relação não é entre iguais; a promessa e obrigação de Deus são livres, enquanto que a do homem é um dever e exigência.
         
6. O propósito da oferta do pacto é, do mesmo modo que o comum chamado, a glória de Deus e a salvação do eleito.
         
7. O sujeito e objeto a quem o pacto é oferecido é a todos que são chamados, mas estritamente falando [proprie], ela é somente ao eleito. O pacto é oferecido a todos que são chamados, mas somente o eleito goza das promessas do pacto.
         
8. A administração do pacto da graça deve ser vista em seus complementos.
         
9. A administração é distinta, com respeito ao tempo, no antigo e novo pacto ou testamento.
         
10. O antigo testamento é o pacto da graça administrado até o tempo da manifestação de Cristo.
         
11. Há três formas sob a qual ela foi administrada: primeiro do período de Adão até Abraão, o segundo de Abraão até Moisés, e o terceiro de Moisés até Cristo.
         
12. O primeiro e segundo desses períodos diferem nestes modos: (1) o primeiro foi marcado pelas palavras da promessa, bem breve pela certeza, mas inconfundivelmente evidente; o segundo não somente por uma promessa, mas também por uma expressa condição da obediência. (2) No primeiro teve somente o ritual do sacrifício, o segundo do mesmo modo a circuncisão. (3) No primeiro o pacto foi oferecido a toda a raça humana; no segundo ela foi restrita aos filhos de Abraão.
         
13. Entre os primeiros dois e o último período há uma diferença: o terceiro é mais perfeito e verdadeiramente testamentário, adornado não somente pela páscoa, mas por muitos outros tipos da morte de Cristo.
         
14. O novo testamento é o pacto da graça como administrada após a vinda de Cristo.
         
15. O antigo e novo testamento é da mesma substância; Cristo é o testador de ambos, tendo a mesma promessa da graça nele, e em cada um possuem igual exigência de obediência de fé e vida.
         
16. Por isso, aqueles que ensinam que há real diferença entre o antigo e novo testamento, tais como as diferenças entre o pacto das obras e aquela da fé, ou entre a lei e o evangelho, estão errados; cada testamento ou pacto é um pacto da graça. E cada um contém lei e evangelho.
         
17. A administração do antigo testamento difere do novo de vários modos:
1.Quanto ao tempo: o antigo testamento realizou-se antes da vinda de Cristo, e as novas posteriores.
2.Quanto ao lugar ou extensão: o anterior foi oferecido ao povo israelita, e o posterior estende-se através de toda a terra.
3.Quanto à clareza: as promessas da graça em Cristo são proclamadas mais amplamente sob o novo testamento, mas são simbolizadas [sob o antigo] por meio de sombras dos tipos e cerimônias, que agora estão abolidas.
4.Quanto à simplicidade da operação: sob o antigo testamento a administração [do pacto] requereu muito mais atenção aos detalhes [longe fuit operosior] mais do que sob o novo.
5.Quanto à conformidade [suavitas]: sob o antigo testamento a perfeita obediência à lei era frequentemente exigida, não de fato para a exclusão das promessas evangélicas, mas para o fim de que, pela rigorosa exatidão da obediência pudéssemos ser dirigidos, como por um tutor [paedagogus], para buscar a Cristo. Sob o novo testamento as promessas evangélicas predominam, apesar da lei de uma nova obediência motivada pela gratidão de tão gloriosa graça não é excluída.
         
 18. O sentido em que o antigo pacto é oposto ao novo conforme declarado por Jeremias, é por esta razão óbvia. “Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para tirá-los da terra do Egito; porquanto eles anularam a minha aliança, não obstante eu os haver desposado, diz o SENHOR” (Jr 31:32). “Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; serei o seu Deus, e eles serão o meu povo” (Jr 31:33).
         
Nestas palavras há uma referência a terceira e quinta distinções acima: para a quinta especialmente quando elam falam das leis como formalmente escritas sobre tábuas de pedra, mas posteriormente no coração, e quanto ao terceiro quando elas prometem um mais claro conhecimento.
         
         
Extraído de Johannes Wollebius, Compendium Theologicae Christianae in: John W. Beardslee III, Reformed Dogmatics – Seventeenth-century Reformed Theology through the writings of Wollebius, Voetius, and Turretin (Grand Rapids, Baker Book House, 1977), pp. 117-120.

[1] Romanos 11.36
Por: Samuel Magalhães
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Samuel Magalhães

Samuel Magalhães

Samuel Carneiro Magalhães é militar lotado na Marinha do Brasil, Enfermeiro e terapeuta holístico. Tem Graduação em Teologia pela Universidade Luterana do Brasil. É também graduado em Enfermagem pelo Instituto de Ensino Superior de Minas Gerais com aperfeiçoamento em Reiki I e II, fitoterapia e em Florais de Bach. Além de Ensino Profissional de nível técnico, complementação técnica em Enfermagem.