Referência: Atos 1.8

I. OS PRINCIPAIS REFORMADORES

1. Lutero = As 95 teses contra as indulgências, os hinos, a tradução da Bíblia
2. Zwinglio = Reforma na Suíça, em Zurique
3. Calvino = As Institutas, a reforma em Genebra, o preparo e envio de obreiros.
4. John Knox = A implantação da forma na Escócia.

II. CONTEXTO HISTÓRICO NA EUROPA

1. Guerra dos 30 anos na Alemanha = 1618 a 1648 entre católicos e protestantes – a paz de Westfália pôs fim à sangrenta guerra.
2. O Sínodo de Dort na Holanda = Em 1618 e 1619 acalorada disputa entre ARMINIANOS E CALVINISTAS. O Sínodo rejeita as idéias de Armínio, já combatidas por AGOSTINHO no Sínodo de Cartago em 416 e finca uma das maiores estacas da ortodoxia calvinista – os cinco pontos do calvinismo: TULIP.
3. O massacre dos huguenotes na França = Os calvinistas franceses, chamados de huguenotes, foram perseguidos e assassinados na França, por várias razões: a) A Sorbona – Faculdade Teológica da Universidade de Paris e o Parlamento eram hostis a toda inovação doutrinária; b) Catarina de Médicis – A partir de 1559 o governo francês caiu nas mãos de Catarina de Médicis, educada na Escola Maquiavélica, pronta a sacrificar a vida de seus súditos para alcançar sua ambição; c) O massacre de São Bartolomeu – Esse crime hediondo ocorreu na noite de 24/08/1572, quando milhares de calvinistas foram mortos numa noite de traição sob a comemoração festiva do papa; d) A influência do rei Felipe II da Espanha – ardoroso católico, genro de Catarina de Médicis, insuflando a sogra ao extermínio do protestantismo na França.
4. Os calvinistas tiveram vários nomes = 1) Na França = Huguenotes; 2) Nos países baixos – Holanda = Reformados; 3) Na Escócia = Presbiterianos; 4) Na Inglaterra = Puritanos.
5. É proibido ser crente na França = Em 1685, o rei da França promulgou o Edito de Fontainebleau que revogava o Edito de Nantes. A partir de então, seria ilícito ser protestante na França. Saiu em massa huguenotes para a Suíça, Alemanha, Inglaterra, Países Baixos e América do Norte. Esse fato desequilibrou a economia francesa e isto conduziu à REVOLUÇÃO FRANCESA. Nesse período milhares de calvinistas foram enviados às galeras e as mulheres condenadas à prisão perpétua.

III. OS PURITANOS NA INGLATERRA E ESCÓCIA

1. Henrique VIII = Em 1534 rompe com o papa para se divorciar e casar-se com Ana Bolena e passa a ser o chefe da igreja da Inglaterra. Ele nunca mudou sua teologia. Conservou na igreja a teologia e a liturgia romana. As pessoas que fugiram da Inglaterra perceberam que a Reforma na Inglaterra não tinha ido suficientemente longe. Eles queriam mudança. Eles protestaram. Os que voltaram do continente influenciaram o pensamento inglês. Houve perseguição sob o governo de Henrique VIII até o fim do seu reinado.
2. Eduardo VI = Em 1547 subiu ao trono seu filho EDUARDO VI. Começou a imprimir afeição nova à igreja sob a influência do arcebispo Cranmer. Parecia que a Inglaterra ia entrar num período de verdadeira reforma. Porém, o rei morre prematuramente em 1553. John Hooper rejeitou o bispado pela sua discordância em usar as vestes cerimoniais. Houve acaloradas discussões. Ele não aceitava aquelas vestes que era uma “paramentação do clero.” Cranmer não foi ao continente, por isso tinha uma visão muito insular.
3. Maria Tudor = Irmã de Eduardo VI sobe ao trono em 1553 e governa até 1558. Era católica ferrenha. Lutou para desfazer as obras do seu pai e irmão e reconduzir a Inglaterra ao Romanismo. Perseguiu e matou tantos crentes que isto que valeu o título de Maria, a sanguinária. Fugindo à sanha dessa inimiga pertinaz, os crentes deixavam às centenas a Inglaterra e foram para a Holanda e Genebra entrando em contato com Calvino, então, no auge da sua influência. Dentre eles estava John Knox. Alguns permaneceram na Inglaterra como LATIMER, RIDLEY E CRANMER os quais foram mortos.
4. ISABEL = Em 1558 morre a sanguinária e sobe ao trono ISABEL, sua irmã e tem um longo reinado até 1603. Isabel no seu reinado muito favoreceu a Reforma. Um de seus primeiros atos foi permitir a volta à Pátria dos exilados dos tempos de Maria Tudor. Os exilados voltaram imbuídos do espírito evangélico que haviam encontrado em Genebra. Começaram a insistir que os ingleses não sabiam o que era Reforma. Porém, Isabel não abria mão de comandar a igreja, indicar e nomear os bispos e manter cerimônias contrárias à Reforma. Aqueles que voltaram do continente não aceitavam mais uma igreja apenas meia reformada. Eles exigiam 4 coisas: DOUTRINA PURA, LITURGIA PURA, GOVERNO PURO E VIDA PURA. O puritanismo cresceu a ponto de se tornar uma grande força no fim do seu reinado. Seus esforços para reduzir o Puritanismo ao Anglicanismo foram inúteis.
5. O PRESBITERIANISMO NA ESCÓCIA = Entre os exilados, volta em 1559 John Knox que assumiu a direção da Reforma na Escócia. Até então, só havia na Escócia alguns grupos esparsos de crentes evangélicos. Já em 1560 o Parlamento Escocês abolia o Romanismo e estabelecia como religião oficial o Presbiterianismo. John Knox entrou em luta com a formosa rainha da Escócia, Maria Stuart, que era católica, mas a despeito de seus grandes esforços não conseguiu reduzir a Escócia ao Romanismo. Ela abdicou ao trono e seu filho Tiago VI tornou-se rei da Escócia. O presbiterianismo tomou conta da Escócia, apesar de Tiago VI ser católico.
6. UMA GRANDE BATALHA NA INGLATERRA = Em 1603 Isabel morre e então os dois reinos se uniram sob o comando de Tiago VI da Escócia que ascendeu ao trono como Tiago I, rei da Inglaterra e da Escócia até 1625, quando morreu. Ele tentou em vão submeter os presbiterianos da Escócia e os puritanos da Inglaterra ao Anglicanismo. Em 1625.
7. O REI CARLOS I E O PARLAMENTO INGLÊS = Em 1625 ascende ao trono Carlos I, filho de Tiago I, como rei da Escócia e Inglaterra e chefe da igreja. Ele foi o mais determinado a conformar os puritanos e os presbiterianos ao anglicanismo. Mandou emissários à Escócia para impor o ritual anglicano aos escoceses. Os escoceses se rebelaram e às dezenas de milhares assinaram a solene liga e pacto e organizaram um exército para enfrentar o exército de Carlos I. O rei fez eleger um Parlamento que lhe votasse recursos de homens e de dinheiro para guerrear contra a Escócia e verificou com horror que o povo elegera um Parlamento puritano. Dissolveu ente e determinou que se procedesse nova eleição. Maior número de puritanos foi eleito. Resolve dissolvê-lo, mas o Parlamento permanece em trabalhos e nestas circunstâncias é que o Parlamento convoca a Assembléia de Westminster que elaborou a Confissão de Fé e os Catecismos (1643-1649). O Parlamento inglês organizou em exército para enfrentar os exércitos do rei. Pediram ajuda à Escócia e esta prometeu ajuda desde que eles assinassem a liga solene de que manteriam fiéis aos princípios da Reforma. Assinaram a liga e assim o exército parlamentar de Oliver Cromwell derrotou o exército do rei Carlos I e acaba a guerra civil. Carlos I foi decapitado em 30/01/1649 e Cromwell governou até 1658.

IV. ÊNFASES PURITANAS
1. Pureza
1.1. Governo puro = Não ingerência do governo na igreja + Não episcopalismo + Participação leiga.
1.2. Liturgia pura = Não liturgia engessada + Não vestimenta papal + Espiritualidade do culto X aspecto formal do culto + Centralidade da pregação
1.3. Doutrina pura = Doutrina calvinista (TULIP) X doutrina arminiana e sinergista.
1.4. Vida pura = Santidade como estilo de vida.
2. Soberania de Deus
2.1. Princípio regulador puritano = “A glória de Deus” = casavam, trabalhavam, comiam, descansavam, escolhiam profissão, pregavam, criavam filhos, educavam, ganhavam dinheiro, gastavam – tudo para a glória de Deus (corrigir a falta de temor a Deus).
2.2. Soberania na salvação = TULIP (corrigir um evangelho centrado no homem para melhorá-lo, fazê-lo sentir-se bem – Antigo X Novo Evangelho).
2.3. Soberania nos acontecimentos – Providência = (corrigir distorção da teologia da prosperidade) Ter X Ser = Abrão era e tinha; Elias era e não tinha; outros têm, mas não são.
3. Centralidade da Bíblia = Quacres – a luz interior + O racionalismo: Descartes-Hume-Kant-Hegel + Bultman + Barth + Experiencialismo.
4. Ênfase no arrependimento, conversão e santificação = Convicção de pecado + agonia do arrependimento + santidade é a prova da justificação.
5. Vida teocêntrica = O último conselho de Richard Baxter aos seus paroquianos foi: “Mantenham um deleite constante em Deus.” Toda a vida é de Deus. Toda a vida era sagrada. O puritanismo resgatou um senso de totalidade à vida, em contraste com os mosteiros da Idade Média e a posição pietista do século XVII
6. Viviam na expectativa do futuro = Eram otimista + Não aplaudiam a desgraça + Eram práticos, ativos e dinâmicos. “A alma da religião é a parte prática.” = Fundaram Universidades, criaram escolas, tinham forte espírito missionário.
7. Vida cristã equilibrada =
7.1. Ortodoxia e piedade = mente e coração; oração e jejum e estudo profundo.
7.2. Teólogos e homens de oração = Hoje quem se interessa por teologia não ora. Quem ora não se interessa por teologia – Ex. Os membros da Assembléia de Westminster.
7.3. Aceitavam e rejeitavam o mundo = local de serviço a Deus e lugar que pode desviar as pessoas de sua vida espiritual eterna.
7.4. Aspecto ativo e contemplativo = Dedicavam-se à leitura da Palavra, à oração, meditação, mas eram ativos, práticos – casulo pietista (universidades e hospitais).
7.5. Obras humanas e graça de Deis = lei e evangelho + santidade pessoal e ação social.
7.6. Trabalho e lazer = todo trabalho honesto é sagrado + vocação + o valor do trabalho – ensinavam os filhos a trabalhar.
8. Família para a glória de Deus = A finalidade da família = Estabelecer o Reino de Cristo em casa + Liderança amorosa + Pais = devem se esforçar para que seus filhos sejam mais filhos de Deus do que seus + Treinamento dos filhos = a importância do treinamento precoce, ensino pelo exemplo mais do que pelas palavras, ter dois lados: cobrar e encorajar + culto doméstico – estudar com os filhos o sermão.
9. Sermão atingidor = pregação inflamada, solene, concentrando-se nas grandes verdades do Evangelho e capacitada pelo poder do Espírito Santo.

V. PERÍODO DOS GRANDES AVIVAMENTOS
1. Avivamento morávio = Zinzendorf e a companhia missionária
2. Avivamento Inglês = Whitefield + Wesley
3. Avivamento no País de Gales = Daniel Rowland e Howell Harris
4. Avivamento na Nova Inglaterra = Jonathan Edwards e Whitefield
5. Avivamento com Finney e Moody no Século XIX
6. Avivamento com Robert McKeyne na Escócia
7. Avivamento com Evan Roberts século XX país de Gales: China, Coréia, África.

VI. AS CAUSAS DE NÃO SE BUSCAR AVIVAMENTO DEPOIS DE 1860
1. O declínio de teologia reformada = Até então, a teologia era basicamente calvinista. Veio a era modernista. Veja as lutas de Spurgeon.
2. A influência dos escritos de Finney = As pessoas em vez de buscar a Deus e orar por avivamento quando vêem a igreja desfalecer, resolvem antes encarregar uma comissão para organizar campanhas evangelísticas.
3. Intelectualismo sem piedade = Depois de 1860 os livros sobre o Espírito Santo de calvinistas e arminianos nem se referem ao avivamento (Lewis Sperry Chafer, Charles Hodge – preocupação em termos de grandes e abstratos sistemas).
4. Por que os reformados perderam o interesse por avivamento? = 1) Interesse só por doutrina sem interessar-se por piedade. 2) Muita energia despendida na luta contra o modernismo deixou de lado uma pregação positiva. 3) Aversão natural para com a emoção e assim cai noutro extremo e extingue o Espírito. 4) Excessiva reação ao pentecostalismo – antipentecostal > antipentecoste > antiEspírito Santo. 5) Preconceito – pensar em termos de rótulos e partidos – Deus usou arminianos. Quem defende a soberania de Deus não pode questionar isso! AMÉM

Por: Maique Borges
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Maique Borges

Maique Borges

Maique de Souza Borges, é teólogo, estudante e amante da música sacra. Membro da Igreja Assembleia de Deus em Brasília, casado e pai de um filho. Tem interesse especial pela História da Igreja. É o criador do site Cooperadores do Evangelho. Profissionalmente atua no ramo farmacêutico e brinca de músico e programador nas horas vagas.